Cosméticos naturais e veganos em ascensão
- Giulie Oliveira
- 6 de fev. de 2020
- 5 min de leitura

Não existem números concretos até o momento que deem a real dimensão do mercado de cosméticos naturais, orgânicos, veganos e sustentáveis no Brasil, mas alguns estudos reforçam que esse mercado, apesar de ainda pouco expressivo, tem um potencial de crescimento surpreendente e já tem crescido . Em ultima analise nos últimos 30 dias havia um crescimento de busca e compra de 175% no Brasil.
Talvez porque as pessoas tem se atentado para a necessidade da sustentabilidade, do aquecimento global e por buscarem também melhores condições de saúde. Os cosméticos químicos não nos proporcionam isto. Mas os cosméticos veganos não são apenas naturais, eles não usam mel ou nada de origem animal.
Segundo relatório da Grand View Research o mercado global orgânico de cuidados pessoais deverá atingir US$ 25,11 bilhões até 2025.
Na avaliação da Ecovia Intelligence (antiga Organic Monitor), empresa especializada em pesquisa, consultoria e treinamento que se concentra em indústrias globais de produtos éticos, o Brasil e toda a região sul-americana tornaram-se uma importante fonte de ingredientes orgânicos, mas a participação de mercado para cosméticos naturais e orgânicos permanece pequena. Segundo a pesquisa da empresa, a América Latina gera menos de 5% das receitas globais de cosméticos naturais e orgânicos.
Para discutir os obstáculos ao desenvolvimento do mercado na América Latina, bem como as perspectivas de crescimento, Amarjit Sahota, fundador da Ecovia Intelligence, vai realizar em São Paulo nos dias 25 e 27 de junho, a edição latino-americana do Sustainable Cosmetics Summit.
Green beauty

Ildiko Szalai analista Sênior de Pesquisa da Euromonitor
Para a Euromonitor, o consumidor, com o maior acesso a informações sobre o impacto dos ingredientes à saúde e também sobre a origem, o processo de produção e o impacto socioambiental dos produtos que consomem, vem impulsionando a busca por um estilo de vida mais natural e sustentável, o que abre diversas oportunidades de crescimento para novas formulações, benefícios e posicionamento dos produtos de beleza.
O crescente interesse dos consumidores por produtos naturais, orgânicos e éticos, para a Euromonitor, amplia o conceito de green beauty. Para definir o conceito, fabricantes e consumidores utilizam uma combinação de três abordagens: certificação, ingredientes e posicionamento ético, porém não há uma definição padronizada e globalmente aceita. “Pela falta de uma definição clara do que é green beauty, entender o ponto de vista dos consumidores sobre o assunto, quem são e o que eles querem deve ser prioridade para o desenvolvimento de estratégias bem-sucedidas”, comenta Ildiko Szalai, analista Sênior de Pesquisa da Euromonitor International.
Percepção dos brasileiros

“A percepção dos consumidores brasileiros sobre cosméticos sustentáveis”, em pesquisa realizada pelo portal especializado Use Orgânico, 64% dos participantes acreditam que cosméticos orgânicos são melhores que os convencionais. O que chamou atenção é que a percepção é dos participantes que nunca usaram qualquer produto desse tipo.
Segundo o levantamento, que ouviu 1.517 pessoas de todas as regiões do país, 48% dos participantes se sentem mais atraídos por um determinado produto se a fórmula possuir ingredientes naturais, e 21% deles dá mais valor a itens de beleza com menos aditivos químicos. E é justamente aí que os orgânicos ganham pontos: por utilizarem matérias primas certificadas e, principalmente, serem livres de agrotóxicos e aditivos químicos. Tais produtos sobem no conceito do consumidor mesmo que ele jamais tenha utilizado quaisquer itens dessa procedência. Inclusive, para 45% deles, produtos orgânicos são a solução para uma vida mais saudável e sustentável.
Existem dois pontos importantes, primeiro: quando se trata de cosméticos, o consumidor brasileiro leva muito em consideração a opinião de conhecidos que já tenham utilizado determinado produto e, segundo: dentre os adeptos dos cosméticos orgânicos, a principal motivação para o uso não é, necessariamente, o ativismo, mas sim a qualidade dos produtos. Quem usa orgânico, sente a diferença , porque há uma grande diferença que pode ser imediatamente sentida ao utilizar um produto natural, e, espontaneamente, recomenda para amigos e parentes que, interessados num estilo de vida mais saudável, se sentem impactados. Sabe quando utilizamos no cabelo babosa, ou na pele creme de abacate? Estes vegetais possuem elementos muito mais saudáveis e de grande eficiência é inegável que traz muito mais benefícios a saúde.
Embora muitos ainda associem os “cosméticos verdes” a causas socioambientais (como a defesa dos animais, do meio ambiente e do consumo sustentável), a principal motivação para o uso de itens de higiene e beleza desse tipo é, na realidade, é a vaidade. Em pesquisa os principais benefícios dos produtos de beleza orgânicos são correr “menos riscos de irritação da pele e contaminação do organismo” e poder “aumentar a saúde do corpo por dentro e por forma, valorizando a beleza de forma saudável”.
E aqui no Brasil é inegável que as pessoas , principalmente mulheres investem muito em beleza. Este é um dos motivos que faz com que os cósméticos naturais e veganos esteja com o mercado quente.
Preferência pelos naturais
Estudo recente da Kantar Worldpanel, mostra que mais de 50% dos consumidores preferem produtos naturais, sejam orgânicos, terapêuticos ou à base de ervas, sem sulfato ou não poluentes.

De acordo com o estudo, diversas marcas, como The Body Shop, Lush e Nivea, identificaram esta tendência e adotaram bandeiras como a de proteção à natureza, combate a testes em animais e incentivo a looks sem tantos artifícios. Além disso, gigantes da indústria, como Procter & Gamble, Johnson & Johnson, Unilever e L’Oréal Paris adquiriram pequenas marcas que já estavam posicionadas como naturais.
Potencial
Entre as quatro tendências do mercado global de beleza para 2018, apresentadas pela Mintel, a “Brincando de Mãe Natureza” afirma que conceito de ingredientes de beleza naturais está se expandindo, acompanhando um mundo de constantes mudanças. “As marcas vão ajudar a Mãe Natureza incorporando abordagens locais e desenvolvimentos em biotecnologia”, afirma a especialista sênior de Inovação e Insights, Beleza e Cuidados Pessoais, Sarah Jindal.
A explicação é que, com as exigências crescentes dos consumidores e as mudanças climáticas em todo o mundo, a abordagem da indústria de beleza e cuidados pessoais para ingredientes naturais e sustentáveis deve se adaptar a um novo cenário. Uma mudança para se tornar mais “local” em termos de fontes de ingredientes criará oportunidades para que os consumidores protejam e preservem recursos na área em que vivem.
Além disso, a possibilidade de criar ingredientes seguros por meio da ciência, que não causem alergias, puros e eficazes podem substituir a colheita de ingredientes naturais. “O abastecimento e a produção local de ingredientes vão se tornar essenciais nos próximos anos, fortalecendo a ideia do orgulho local, não apenas entre marcas e fabricantes, mas também entre os consumidores”, destaca Sarah. Por outro lado, o relatório aponta que a biotecnologia, juntamente com a valorização da sabedoria local, ajudará as marcas a enfrentarem os desafios criados pelas questões ambientais.
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