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Transformação Cósmica em 21 dia

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O caminho para cura é sempre interno. Olhe para suas sombras - Crônica a Guerreira e o Mestre.

  • Foto do escritor: Giulie Oliveira
    Giulie Oliveira
  • 15 de jun. de 2018
  • 4 min de leitura

A guerreira feiticeira do fogo já havia participado de muitas batalhas, em muitas vidas, mas nesta em questão estava fazendo mergulhos maiores e tendo batalhas mais profundas.

Parecia jovem, mas tinha centenas de anos.

Havia se tornado uma grande líder e tinha dificuldades de lidar com a ternura e por vezes com a derrota de alguns daqueles que chamava de seus.

Cada vez que um de seus guiados caia, ela o fortalecia e lhe dava ferramentas para que pudesse seguir. Trabalhava com a experiência do outro para mostrar lhes suas reais aptidões.

A maioria a amava muito por isto. Ela ajudou multidões de grandes seres a se tornarem mais fortes e focados em suas jornadas independente da que fosse.

Muitas vezes precisava lidar com inimigos e estes com o tempo acabavam por ser tornarem amigos, porque apesar de não ser uma mulher doce e terna , tinha grande poder nas palavras e na alma , onde levava até os seus inimigos a olharem como eles eram grandes e como seus poderes, poderiam ser usados para obras mais amplas.

Porém como nesta vida ela estava empenhada em fazer mergulhos internos mais profundos e percebia que esta batalha poderia ser a maior de todas, observava que alguns dos seus, quando desistiam ou se enveredavam por outros caminhos , a deixavam com grande dificuldade de desapegar , deixar ir, e isto a endurecia ainda mais.

Ela havia conhecido um mestre de grande sabedoria também grande guerreiro e o buscava de tempos em tempos. Nesta noite, de lua cheia, decidiu busca-lo mais uma vez.

Ao chegar a sua presença, o mesmo de costas , sem mostrar sua face disse:

_ Eu a esperava. Sejamos diretos. O que precisa?

A guerreira respondeu:

_Mestre, preciso trabalhar meu desapego.

O mestre a ouvia em silencio sem se virar em direção a ela que prosseguia.

_Eu tenho auxiliado um grande exército de guerreiros, e neófitos, normalmente eles tem resultados excelentes. Meus números são incríveis. São poucos os que se desviam. A questão é que estes poucos me causam muito desconforto, me tiram o foco. Quando perco um, que resolve se enveredar por caminhos da distração, da hipnose, da fuga, caminhos que já conheço e sei que não levam a nenhum lugar, eu não consigo me desapegar. Fico com raiva, peso na mão a lidar com eles, e por vezes, chego a sentir que estou me partindo ao meio.

Faz tempos que percebo minha grande dificuldade de deixar para trás, continuar andando com quem quer andar e deixar quem escolheu outro caminho para trás. Tenho dificuldade de aceitar que o outro quer outro caminho, e que não apenas o mesmo caminho é o certo. Mesmo porque reconheço estes caminhos de distração e fuga, pois já os fiz a muito tempo atrás.

Observando racionalmente compreendo que é escolha de cada um e que eu preciso simplesmente deixar para trás. Mas ainda assim me dói profundamente, não consigo. Preciso conversar com meu apego para entendê-lo melhor.

O mestre disse: _Vamos convocar então, o que a está partindo ao meio!

O mestre entrou em contato com o campo universal e fez o convite, onde imediatamente um monstro se apresentou falando pela boca da guerreira. Este se ajoelhou e socou o chão com fúria formando uma fenda que percorreu metros.Ela(e) gritou com tamanha força que seu urro ecoou por largas distâncias.

O mestre virou-se , fitou-o e disse:

_Bem vindo, senhor! Porque o senhor não aproveita que se apresentou e ... larga ela.

O monstro gargalhou e disse:_Eu? Largar ela? Isto não vai acontecer, mesmo porque ela me ama.

O mestre com voz firme disse:_Se o senhor continuar com isto, vai matar a menina.

E ele com olhar de desprezo respondeu:_Você não conhece a força desta mulher.

O mestre riu_ Ahhhhhh... a força DELA! ...

Então o mestre chamou a guerreira a consciência, onde ela ali estava, mas ainda sob a influência do monstro.

O mestre disse:_Você sabe quem é este? Referindo-se ao monstro.

Ela entrou em contato com o que sentia no momento e prontamente respondeu , instintivamente, sem

deixar a mente racional participar.

_Sim, é o orgulho!

A guerreira e o mestre ficaram em silêncio por um instante , ela olhou para baixo e sentiu. Conhecia bem a sensação do "velho amigo" em contato com ela.

Em seguida, o mestre perguntou a guerreira:

_ E por que você não o deixa ir?

A guerreira olhou o mestre nos olhos com firmeza.

_ Não!! É ele que não me deixa cair de joelhos.

_ Engana se menina! É a sua força que não lhe deixa cair de joelhos, ele mesmo o disse, “você não conhece a força desta mulher”.

A guerreira ouviu aquilo e lembrou-se de quantas vezes repetiu a si mesma como o orgulho a ajudava e como sem ele ela já estaria morta ou no chão. Mas sim, o próprio orgulho disse “você não conhece a força desta mulher”.

O mestre concluiu : _ Você não precisa trabalhar seu desapego, mas deixar ir o orgulho. È ele que a parte ao meio.

Ele virou e deixou os dois, a guerra agora era dela.



 
 
 

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